Casa 2 - Aveloz e Leiteira

A segunda casa visitada foi a casa da dona Elisabete e do Seu Jovelino, localizada no bairro Osvaldo Cruz. A família possui um belo jardim repleto de plantas medicinais.

Do lado de fora, um estreito canteiro acompanha o contorno do muro com uma variedade de plantas e árvores, como um pé de café, um pé de mamona e um enorme abacateiro.

A dona Elisabete e sua filha Veridiana são adeptas do uso de plantas medicinais, utilizam tanto para questões de saúde física quanto energética.

As plantas apresentadas pela dona Elisabete me surpreenderam. Tanto o Aveloz quanto a Leiteira, popularmente usadas para tratamentos para cânceres, úlceras, verrugas e inflamações. 

O Aveloz (Euphorbia tirucalli) é uma planta de origem africana encontrada facilmente em todo o Brasil. Apesar do seu uso medicinal, é considerado uma planta tóxica, pois seu látex é corrosivo em contato com a pele, a mucosa e, principalmente, os olhos.

Aveloz (Euphorbia tirucalli)

A Leiteira (Euphorbia granttis), assim como o Aveloz, também é de origem africana. O latex extraído da planta também é popularmente utilizado para tratar cânceres. A Leiteira também é conhecida como Janaúba, lembrando que existe a janaúba verdadeira, que é típica da região nordeste.

Leiteira Africana (Euphorbia Umbellata ou Euphorbia grantii)

A imagem abaixo é a monotipia do Aveloz. A monotipia é uma técnica de impressão direta do objeto sobre o papel. No exemplo abaixo, a imagem foi impressa a partir do entintamento da mesa de vidro e da planta. Após pressionar o papel sobre a tinta e a planta, a tinta foi transferida para o papel. 

Nesta etapa da pesquisa eu não estava buscando uma imagem verossímil, mas sim uma imagem mais expressiva a partir da minha interação física com a planta, o papel e a tinta.

Apesar de ser uma técnica que não domino, me identifico bastante com a monotipia, e tudo que apresentarei aqui no blog, é de caráter intuitivo e experimental.

Avelós, impressão com tinta gráfica sobre papel

O resultado dessa impressão me agradou bastante, não pela estética em si, mas pela possibilidade que se abre quando estamos apenas testando e, de certa forma, brincando com os materiais. Sim, brincar é importante para o meu processo criativo! O brincar ajuda na formação, no aprendizado, e, também é uma forma de expor sentimentos e se reinventar.

Resolvi então abrir mão de uma imagem mais definida, em favor de uma experiência mais errática e livre. Sempre numa tentativa de expandir para o desconhecido, a fim de entender os limites da tinta, do papel e todo o processo em si.

Referências :

https://hortodidatico.ufsc.br/aveloz/ *https://www.ateliecarlosvergara.com/

**http://josebechara.com/